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No dia 29 de setembro, o Príncipe Dom Duarte de Bragança, Duque de Bragança e Chefe da Casa Real de Portugal, na qualidade de Soberano e Grão-Mestre, investiu o Deputado Federal Príncipe Dom Luiz Philippe de Orleans e Bragança com a Grã-Cruz da Real Ordem Equestre e Militar de São Miguel da Ala e a Medalha de Mérito da Real Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
Em 1640, após o fim da União Ibérica e da restauração da independência de Portugal, o Rei Dom João IV, o primeiro Soberano português da Sereníssima Casa de Bragança, depositou sua coroa aos pés da Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, chamando-a de “a verdadeira Rainha de Portugal”. Já a 6 de fevereiro de 1818, por ocasião de sua aclamação, no Rio de Janeiro, como Soberano do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, o Rei Dom João VI instituiu a Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, a mais importante da Casa Real Portuguesa, em agradecimento à Santa Padroeira por seu Reino ter sobrevivido, com sua independência preservada, às Guerras Napoleônicas que assolaram a Europa.
A Ordem de São Miguel, por sua vez, é a terceira em importância dentre as ordens dinásticas lusas, após a de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e a Real Ordem de Santa Isabel, esta última reservada a senhoras. Foi instituída a 8 de maio de 1147, pelo primeiro Soberano de Portugal, o Rei Dom Afonso Henriques, após tomar dos mouros a cidade de Santarém, na região do Alentejo. Extinta, seria reavivada em 1828, pelo Rei Dom Miguel I, que continuou a fazer valer sua posição de Soberano e Grão-Mestre mesmo após sua derrota na Guerra Civil Portuguesa (1828-34). Posição herdada por seus legítimos sucessores, os quais ascenderam à Chefia da Casa Real de Portugal em 1932, com a extinção do ramo primogênito dos Bragança portugueses.
A cerimônia de investidura teve lugar no Mosteiro de Santa Maria, em Alcobaça, cidade distante 130 quilômetros da capital portuguesa, Lisboa, após Missa celebrada por Dom Manuel António Mendes dos Santos, Capelão Geral da Ordem de São Miguel da Ala e Presidente da Federação dos Arcebispos e Bispos das Reais Irmandades Diocesanas. Presentes, a Princesa Dona Isabel, Duquesa de Bragança, esposa do Chefe da Casa Real de Portugal; a Princesa Dona Ana Luiza de Orleans e Bragança, irmã do Príncipe Dom Luiz Philippe; o Príncipe Herdeiro Leka II dos Albaneses, Chefe da Casa Real da Albânia, acompanhado de sua esposa, a Princesa Herdeira Elia; a Princesa Constance de Bourbon de Parma; o Conde Giovanni Rizzardi Pacelli, sobrinho-neto do Venerável Papa Pio XII, acompanhado de sua esposa, a Senhora Condessa; o Barão e a Baronesa Moritz de Heydete; e o Doutor Joseph John Morrow, Lorde Lyon, Rei d’Armas da Escócia.
Sobrinho do Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil (Grã-Cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa por mercê de seu primo segundo, o Duque de Bragança), o Príncipe Dom Luiz Philippe foi eleito Deputado Federal por São Paulo nas eleições de outubro último, com 118 mil votos. E se o Conde Joseph de Maistre, escritor franco-sardenho católico e monarquista afirmou que, em meio à tirania de Napoleão, o silêncio da Família Real Francesa, exilada, falava mais alto do que qualquer manifesto, pode-se bem dizer que, em meio à confusão que recentemente se abateu sobre a base do Governo em Brasília, o digno silêncio do Príncipe Dom Luiz Philippe também tem falado bem alto.

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